Você sabe o que é necessário para viver sem preconceito?
Essa é uma pergunta bem simples e ampla. Justamente por isso, dá a impressão de ser fácil acabar com o preconceito existente na nossa sociedade, mas só tem um porém: essa pergunta foi feita para VOCÊ, não para os outros.
“De todos os conhecimentos possíveis, o mais sábio e útil é o conhecer a si mesmo”
(William Shakespeare)
Bela frase, não? Apesar de parecer uma tarefa complicada (e é), conhecer a si mesmo tem alguns atalhos. Claro, não explicarei tudo, até porque eu mesmo não tenho conhecimento total disso. Mas, durante a vida, pude ter bastantes experiências de auto conhecimento, e eu pretendo conversar um pouco sobre uma delas. Mudando um pouco a pergunta: você sabe o necessário para acabar com o preconceito? Para mim, a resposta é bem simples até: com conversa. Isso desenvolve a empatia, seouvirmos o que o outro tem a dizer. Complicado é o desenvolvimento da mesma. Calma, não se assuste. Explicarei tudo. Como disse num post anterior: "O diálogo é sempre o melhor caminho para entender qualquer tipo de dificuldade sem julgar o próximo".
Para mim, com a conversa, todos nós entendemos o outro, se estivermos dispostos. Podemos até não nos identificarmos, mas vemos, no fundo da alma, o quanto a pessoa sofre com aquilo. O principal truque é não julgá-la, pois não passamos o que ela passa. Eu, por exemplo, nunca saberei o que um homossexual ou um negro sofre, e por isso mesmo nunca poderei falar com propriedade sobre isso, mas, claro, lutarei bravamente pelos direitos deles e de todos os outros.
No meu caso, muita gente fala que eu escuto, sim. Só tenho preguiça de escutar. Ham? Esse tipo de pessoa é o que quero dizer para nós não sermos: julgadores. É fácil falar quando não acontece conosco, e, por isso mesmo, tudo que nós não conhecemos, que não sentimos, e que não acontece com a gente, devemos somente ouvir e respeitar. Não falo isso por mim, falo por todos. Se um negro fala que passa muita dificuldade pela cor da pele; se um cadeirante fala que passa dificuldade ao subir no ônibus; se um surdo fala que não consegue pedir comida por telefone, não cabe à nós falarmos que não, não passa. Cabe à nós o respeitarmos e até corrigirmos a situação. Cada pessoa tem dificuldades diferentes. Se para você uma coisa é fácil, para a outra é difícil. É mais fácil ensinar ou apresentar outra alternativa à ela, como lanchonetes que tem pedidos por mensagens (WhatsApp ou Facebook, por exemplo). Assim como para mim é fácil criar um site, você pode nem saber como começar. Desde criança, já temos pensamentos negativos: "Ih, ele é pior que eu em matemática. Que burro".
Eu, sendo deficiente auditivo, sei bem como existem pessoas que acham que podem falar sobre mim. Mas isso também não me dá o direito de falar sobre surdez de outra pessoa, já que, mesmo assim, outra surdez pode ser diferente da minha (como, por exemplo, eu falar libras ou não. Leia mais). Tudo escrito aqui no blog é sobre minha experiência, e tá sendo uma terapia e tanto. Mas, em momento algum, quero falar em nome de todos os deficientes auditivos, somente chegar ao mais próximo do que nós passamos.
Então o que faço (e estou gostando muito) é sempre ter uma conversa, caso a pessoa esteja disposta. Acredite, isso mostra vários outros pontos de vista que eu nem imaginava que existia. É sobre isso que quis dizer com auto conhecimento. Você vê com mais clareza o que pensava, e agora pode mudar de acordo com sua escolha. Chega a ser libertador.
Espero que tenha gostado, leitor. Se tiver alguma sugestão de post ou alguma história para compartilhar, comente que eu lerei com o maior carinho. Até mais!
Nenhum comentário